sugestão: ler ouvindo Beatriz, na voz de Bituca (ou da Ana Carolina que tem uma versão belíssima também), com um café quentinho e o coração aberto…

Assédio: só faltava virar série (Spoiler: virou!)
No vídeo #2, respondi algumas das perguntas, sobre o tema que recebi pelo perguntas anônimas e instagram.
Algumas das perguntas que respondi foram:
para qual órgão as denúncias foram enviadas
qual é a pior parte dessa situação toda e o que me dói mais
como apoiar alguém que está sofrendo ou sofreu assédio
O vídeo ficou mais longo do que eu desejaria, mas não consegui cortar mais, porque ele também está mais íntimo.
Confere o vídeo e me conta o que achou! Se tem uma coisa “positiva” a se extrair disso tudo, é a sensibilização sobre o tema e visibilização das pessoas que sofrem assédio no trabalho.
se quiser enviar sua pergunta/desabafo/relato anonimamente, estou aqui para te ouvir ❤️➡ perguntas anônimas
Os dias tem sido muitas vezes cinzas, os sabores ainda me escapam e a Tayná de antigamente parece ser apenas uma memória distante, mas a possibilidade de romper estes silêncios cúmplices que deixam assediadores tão confortáveis para seguirem agindo impunemente por tanto tempo, tem me dado um sopro de confiança de que voltarei à forma e voltarei ainda melhor.
Estou completamente entregue e comprometida com o meu processo, me fortalecendo e me curando, lambendo as feridas, ainda abertas, mas aos poucos cicatrizando.
Por que atualizei minha bio no LinkedIn
E aí que, bem sem querer, descobri que eu estava em um ranking de “influenciadoras” no LinkedIn, no tema Empoderamento Feminino.
Foi assim: a Bia Diniz, CEO e fundadora da Cruzando Histórias (projeto incrível), me marcou em um post no LinkedIn celebrando estar entre as maiores influenciadoras no tema Empoderamento Feminino.
Na hora, pensei: puta merda, ela me marcou por engano e agora vai ficar todo mundo vendo esse post e comentando, e eu aqui, doente, completamente inútil, jogada no sofá em um sábado em que eu deveria estar na confraternização de final de ano da família.
Naquele momento, me senti um completo fracasso. Um filme passou pela minha cabeça: toda a minha carreira, os esforços, horas e horas, dias e mais dias trabalhando, estudando, finais de semana de anos inteiros dedicados ao mestrado, depois ao doutorado, sem descanso, sem trégua, porque a pauta é urgente demais.
Fui deitar e ler (na cama, o que pelo menos me fez levantar do sofá), mas minha cabeça — e meu coração — ficaram inquietos.
Voltei para a sala e abri o computador. Fui pesquisar essa “tal Favikon”. E qual foi a minha surpresa e choque ao constatar que eu realmente estava lá.
Fiquei mais tempo do que gostaria olhando para esse ranking (que até minutos antes eu sequer sabia que existia) e pensando em tudo o que está acontecendo na minha vida.
Logo agora, que estou focada em aprender a não performar, a não me exigir demais e, nas palavras da minha psicóloga na sexta, “navegar um pouco na superficialidade”, me peguei pensando na minha bio no LinkedIn e na de todas as pessoas que estão lá.
E me deu uma vontade incontrolável de mudar aquilo.
Se estou influenciando pessoas, se sou, de alguma forma, a 26ª pessoa mais “influente” no LinkedIn sobre Empoderamento Feminino (no Brasil, óbvio), as pessoas precisam saber o que está acontecendo comigo. Porque isso acontece o tempo inteiro.
E simplesmente N Ã O S E F A L A D I S S O.
Tudo é enlatado e pasteurizado. Fala-se na terceira pessoa: “os processos”, “as empresas”, “a cultura tóxica”, “as pesquisas”.
O close no palco é na primeira pessoa, mas o esgotamento, o quanto as organizações estão adoecendo, perdendo talentos e quebrando almas, a gente abafa. Joga para debaixo do tapete (ou da rede social). Depois que passa, escreve uma história de superação genérica, com ajuda do ChatGPT, e seguimos.
E foi assim que resolvi colocar no meu LinkedIn que estou em burnout. E que falar sobre isso é importante!
Então, aqui vai a minha nova Bio. E é sobre isso que eu quero conversar lá.
biscoitos e lookinhos: sim, talvez esta newsletter seja apenas uma desculpa para eu me sentir bonita e gostosa


Acordar, me arrumar, colocar uma lingerie bonita e um batom, mesmo que seja apenas para ir à terapia ou na padaria comprar pão.
Este tem sido o meu compromisso comigo mesma e com o meu processo de cura.
Pode parecer banal — eu mesma vivo brincando com meus amigos que “virei madame” —, mas há duas intenções muito claras por trás desse gesto.
A primeira é que me recuso a me entregar por completo. Não tenho energia para absolutamente nada, mas preciso usar o pouco que ainda me resta para cuidar de mim. Para me ver bonita, para me olhar com amorosidade. Esse já era um exercício que eu vinha praticando antes do burnout, mas agora ele se tornou ainda mais essencial. É o meu sinal para mim mesma de que, apesar de tudo, ainda estou conseguindo fazer o esforço de cuidar de mim.
A segunda intenção é algo que poucas pessoas sabem: toda vez que eu me arrumava um pouco mais para trabalhar (e alguém sempre comentava nossa como ta bonita/arrumada/passoubatom porque era de fato algo muito raro…), era porque, por dentro, eu estava uma MERDA. Quanto mais arrumada, mais feia a coisa estava. E eu quero mudar isso. Quero romper esse padrão de o cuidado comigo ser uma fachada para esconder a dor. Quero me cuidar com carinho e gentileza, cada vez mais, porque eu mereço e não para esquecer.
Porque este corpo é o único que eu tenho, e ele me proporciona muitas coisas incríveis — mesmo que, recentemente, ele tenha me trollado (o que, sejamos honestos, é resultado de como andei descuidando dele nos últimos 40 anos… a conta, invariavelmente, chega).
E, no final das contas, se nenhuma dessas intenções der certo, pelo menos vou ser uma pessoa zuada da cabeça, pero guapissima.
E assim tem sido… ❤️
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*na verdade, o Substack me obrigou a colocar algum botão desses em algum momento, então achei esperto colocar logo após as fotinhos bonitah! ne? #goodoldmarketingtools
Diquinhas Com amor, Tay
Para Ler:
Pedaços Íntimos de uma Ferida Crua, Editora Oito e Meio, 2024
Da minha amiga Oksana Pohlod, este conjunto de contos é simplesmente avassalador. A escrita dela é absolutamente cativante, brilhante, de tirar o fôlego. Bom, isso eu já sabia. O que eu não sabia era que levaria dias para terminar uma leitura tão gostosa — não apenas pelo meu estado de exaustão, mas por serem contos duros e intensos, como todas as coisas belas e cortantes.
Arte pura! Que presente!
E ainda veio com essa dedicatória linda 😍

Para ouvir
No Substack
Nesta edição quero indicar duas escritoras incríveis para vocês seguirem aqui no Substack. E não apenas porque são mulheres fodas e minhas amigas (e são!), mas porque escrevem textos tão potentes e de prender o fôlego que eu paro tudo para pegar um café e lê-las quando o texto novo chega.
Memes que Curam Mais que Terapia
Pessoal, não posso fechar esta edição sem contar para vocês a surpresa e emoção que senti quando recebi meus primeiros apoiadores pagos!
Foi uma absoluta surpresa e me deu uma alegria imensa de poder começar a divulgar o trabalho de manas fodas aqui que irão receber este apoio. Tanto que resolvi que irei direcionar 100% destes valores à primeira organização que apresentarei a vocês na News da semana que vem ❤ 😍☺️
Muito muito obrigada e, aproveitando o embalo de dezembro, vou deixar aqui para vocês avaliarem a possibilidade de contribuírem também, caso queiram/possam.
Adoraria conversar sobre o que você gostaria de ver aqui, como as minhas angústias e reflexões ressoam aí ou, claro, se quiser apenas desabafar sobre suas próprias experiências, você pode me enviar um e-mail, deixar um comentário ou pergunta.
Com amor, Tay
Amiga, que recomendação mais linda! Foi um abracinho, muito obrigada ❤️ tou muito feliz de te ver se expressando por aqui, você escreve lindamente e tem muito a dizer.
Muito feliz de ver minhas amigas queridas que conheci naquela rede que hoje é tão tóxica vindo pra cá escrever e trocar ideia sobre a vida. Estou me sentindo mais em casa agora e amando te ler aqui! Muito obrigada pela generosidade na indicação . Torcendo muito por você daqui ❤️❤️❤️